• Nenhum produto no carrinho.

Entender o local de trabalho do futuro é exigência dos executivos de hoje

10 regras ajudam a repensar o futuro local de trabalho, a partir do que os funcionários esperam dele e de como a tecnologia transforma esse espaço, conta especialista em artigo

Marisa Eboli

Em 1998, Jeanne Meister publicou com pioneirismo o livro Corporate Universities: Lessons in Building a World-class Work Force (em tradução livre, universidades corporativas: lições para se construir uma força de trabalho de alta qualidade), onde apontava que um novo cenário exigia o desenvolvimento de um conjunto de novas competências requeridas no ambiente de trabalho: aprender a aprender, comunicação e colaboração, raciocínio criativo e resolução de problemas, educação tecnológica, educação em negócios globais, desenvolvimento de liderança e autodesenvolvimento de carreira.

Dentro desse novo ambiente empresarial, que requeria novas competências e mais complexas, surgiu a Universidade Corporativa como um “guarda-chuva estratégico” para desenvolver e educar funcionários, clientes, fornecedores e comunidade, a fim de cumprir as estratégias empresariais da organização.

Meister é uma das fundadoras e atualmente está à frente do Future Workplace, uma organização com visão abrangente de gestão de pessoas e de desenvolvimento de capital humano, que procura orientar empresas no seu preparo para o ambiente de trabalho do futuro. Realiza pesquisas, eventos e publica livros sempre preocupada com tendências, desafios e competências exigidas no novo mundo do trabalho.

Nos dias 10 e 11 de outubro participei do CLO (Chief Learning Officer) Leadership Summit, em Nova York. Presenciei apresentações e discussões de líderes de várias empresas importantes como: Bank of America, Brigham and Women’s Hospital, Bristol-Meyers Squibb, Chubb Insurance, Cognizant, Columbia Business School, Google, Infor , MasterCard, Scholastic, Unisys, Verizon, WeWork e Infosys. Os painéis concentraram-se nos seguintes tópicos:

1 – Discussão sobre qualificação e novas habilidades do CLO

2 – Novas orientações sobre aprendizado, enfatizando a utilização das mais recentes tecnologias para aprimorar a experiência de aprendizado

3 – Perspectivas e desafios do milênio

Sem dúvida as reflexões sobre como a inteligência artificial (IA) está sendo usada para transformar todo o ciclo de vida dos funcionários, do recrutamento à integração de novos contratados, mobilidade de talentos, aprendizado e desenvolvimento, gerenciamento de desempenho e treinamento, foi um dos pontos de destaque do evento. O que é curioso é que as empresas estão descobrindo que alavancar o poder da IA pode tornar o local de trabalho mais humano, proporcionando uma experiência diferenciada e criando uma cultura nutritiva.

Fruto de pesquisa realizada junto a inúmeras organizações que tentam reinventar seus locais de trabalho, Jeanne Meister e Kevin Mulcahy publicaram o livro The Future Workplace Experience e afirmam que entender o futuro local de trabalho é a principal competência requerida pelos executivos hoje. “As empresas mais eficazes de hoje adotam o futuro, por mais incerto e confuso que pareça ser; abordam o futuro como organizações de aprendizado que cultivam flexibilidade, adaptabilidade e proatividade”, evidenciam os autores.

Eles tecem uma história de como o local de trabalho está mudando e criam um perfil de novas práticas que as organizações estão implementando no trabalho. Organizam essas práticas em três áreas: o que os funcionários esperam do trabalho, como a tecnologia transforma o local de trabalho e a composição mutável da força de trabalho. Depois, sintetizam as ideias em 10 regras para serem aplicadas para repensar e reimaginar o futuro local de trabalho. Resumidamente, são elas:

Regra #1: faça do local de trabalho uma experiência

As empresas agora estão criando experiências para manter os funcionários engajados, felizes e leais à organização. O Airbnb é um exemplo de empresa explicitamente comprometida em construir uma futura experiência no local de trabalho, onde todos os elementos do trabalho – emocional, intelectual, físico, tecnológico e cultural – são cuidadosamente orquestrados para criar uma experiência atraente para os funcionários.

Regra #2: use o espaço para promover a cultura

Cada vez mais, empresas como Apple redesenharam seus espaços de trabalho. Essa regra levanta novas questões sobre como o espaço é usado para apoiar os valores e a cultura da organização, criando mais oportunidades de colaboração e colisões não planejadas, inovadoras e produtivas entre funcionários.

Regra #3: seja um líder ágil

Perguntados sobre o que eles esperavam do “líder ágil do futuro”, os empregadores indicaram que o líder ágil é aquele que se concentra na capacidade de produzir resultados por ser transparente, responsável, intraempreendedor e focado no futuro. E esse líder também deve estar focado na capacidade de envolver e desenvolver pessoas.

Regra #4: considere a tecnologia um facilitador e um disruptor

Mais do que nunca, a tecnologia tornou-se crucial para os negócios. Em um estudo feito em 2016, 30% dos executivos citaram uma lacuna séria de habilidades digitais na organização. Ser capaz de usar a tecnologia como um facilitador para realizar o trabalho de maneira mais eficaz será uma competência essencial do trabalho no século 21. Fundamental que os funcionários dominem: Dropbox, Box, Yammer, Slack, Spark, Google Hangouts, Google Docs e Analytics, Workboard, Better Works, HipChat, Basecamp, dentre outras ferramentas.

Regra #5: crie um ecossistema de recrutamento orientado por dados

As empresas prospectivas têm a percepção de que o recrutamento dos melhores talentos deve começar com a construção de uma forte marca de empregador, para que os candidatos procurem o empregador como uma empresa desejável para se trabalhar.

Regra #6: adote o aprendizado sob demanda

O aprendizado contínuo é um requisito para permanecer empregável. Para se manterem competitivas, as organizações precisarão criar oportunidades para que as pessoas se tornem aprendizes em série, fornecendo acesso a todas as formas e fontes (internas e externas) de aprendizado disponíveis sob demanda e incentivando-as a se tornarem intelectualmente curiosas e encontrar novas maneiras de trabalhar.

Regra #7: toque no poder de várias gerações

À medida que as gerações mais velhas permanecem na força de trabalho por mais tempo, várias gerações convivem trabalhando lado a lado. O que se desenrola pode impulsionar o pensamento criativo ou levar a conflitos geracionais. A chave é desenvolver a “inteligência geracional”, ou seja, a capacidade de entender as expectativas, semelhanças e diferenças de cada grupo e pensar nos benefícios positivos pois trabalhar com diversas gerações pode levar à diversidade de pensamentos e à inovação.

Regra #8: construa igualdade de gênero

As empresas no quartil superior da diversidade de gênero têm 1
5% mais chances de obter retornos financeiros acima de suas respectivas medianas da indústria. Se a inclusão é o objetivo, o caminho para alcançá-lo é incorporar diversidade e inclusão em todos os aspectos da contratação, promoção, gerenciamento de desempenho, planejamento de sucessão e aprendizado e desenvolvimento, mantendo os executivos seniores responsáveis ​​por comportamentos inclusivos.

Regra #9: planeje mais trabalhadores da “gig economy”

Gig é uma economia alternativa que consiste em pessoas com trabalhos temporários, como autônomos e freelancers, e isto está se tornando tão vital para o sucesso de uma organização quanto os trabalhadores contratados em período integral.

Regra #10: seja um ativista no local de trabalho

Ser ativista no local de trabalho é conhecer os negócios e o setor da empresa, antecipar mudanças futuras e tomar as medidas necessárias.

Então pergunto: sua empresa está se preparando para atuar com tais regras? E o CLO (chief learning officer)? E os líderes? E você? Vale pensar a respeito.

  • Marisa Eboli é doutora em administração pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da USP e especialista em educação corporativa. É professora de graduação e do mestrado profissional da Faculdade FIA de Administração de Negócios. (

    me****@us*.br











    )       

 

Fonte: Estadão

25 de outubro de 2019

0 responses on "Entender o local de trabalho do futuro é exigência dos executivos de hoje"

    Leave a Message

    ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS PROCURADORES E DAS PROCURADORAS DO TRABALHO © 2019. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS. DESENVOLVIDO POR NUNES DEV.